A parte final do processo de reconstrução facial não tem quase nada de diferente em relação aos que foram feitos anteriormente, porém, duas situações na parte inicial o fizeram especial o suficiente para ter estaque nesse site… típico comportamento nerd.
Reconstruir faces com arte forense se tornou um atividade quase esportiva para mim. Tanto que as vezes deixo de fazer exercícios para me dedicas ao laborioso trabalho de dar vida a esses ossos de um passado remoto.
Comecei, como sempre se começa, fazendo algo sem qualidade e com muitos erros, mas aos poucos e com a ajuda de livros, artigos e a prático tenho melhorado significativamente, ainda que falte muito para a excelência.
Há dias atrás eu pesquisava sobre tomografias computadorizadas de neanderthais. Me frustrei pois não encontrei nada. No entanto, em uma dessas buscas me deparei com o que parece uma matéria de especialização em computação gráfica chamada CS 6630.
Mas, o que tem de importante essa matéria? Pois bem, no link que eu encontrei, havia a opção de fazer o download do arquivo VTK. Esse arquivo nada mais é do que uma tomografia!
Arquivo baixado, era o momento de converter em DICOM para reconstruir os ossos no InVesalius. Como o InVesalius não abre VTK, decidi testar outros que fossem primeiramente de código aberto e depois gratuitos. Testei realmente muitos, mas não progredi no objetivo, até que me deparei com o VR Render um visualizador de imagens médicas multi plataforma e gratuito.
Por via desse software pude exportar o arquivo VTK ao InVesalius e lá convertê-lo em uma malha 3D.
Veja no vídeo, que o maxilar estava “aberto”. Uma vez que ele fora importado ao Blender eu pude “fechá-lo” de modo a trabalhar tranquilamente na reconstrução.
Essa etapa da estava superada, só que ainda havia um detalhe. O projeto CS 6630 fala que o arquivo é de uma múmia… e nada mais. Não fala de quando nem de que sexo e tampouco a idade dela.
Diante disso me aventurei a, pela primeira vez, fazer a determinação de sexo do crânio.
Juntei meus livros e artigos acerca desse campo e cheguei a conclusão de que se tratava de um crânio de mulher.
Daí a diante apenas apliquei os conhecimentos adquiridos nos processos anteriores e finalizei o projeto.
E… evidentemente, acabei não fazendo exercícios nesse dia.
Grande abraço e até a próxima!
Identificar o sexo deve ser excitante (coisa de nerd rs…), o Ronaldo precisa de umas dicas suas (piada velha e de alemão 🙂 ) Congrat’s pelo artigo nobre guru e ídolo.