For who speaks English, please see this link: http://arc-team-open-research.blogspot.com.br/2015/02/the-facce-exhibition-is-inaugurated-in.html
Caros amigos,
É com muita alegria que comunico a todos a inauguração da mostra “FACCE, i molti volti della storia humana” (FACE, os muitos vultos da história humana). A coletiva de imprensa se deu ontem em Pádua e as portas foram abertas ao grande público hoje dia 14 de fereveiro de 2015.
Tive a honra de participar da modelagem de 27 reconstruções faciais, as quais discriminarei mais abaixo. Um fato interessante a informar é o de que todos os processos, desde a digitalização dos fósseis e crânios até a modelagem e apresentação das mídias (imagens, vídeos e realidade aumentada) foram executados utilizando apenas software livre e de código aberto.
A história da mostra no entanto começa em 2012, quando surgiu a ideia de reconstruírmos a face de um pequeno hominídeo morto ainda na tenra idade, trata-se da criança de Taung, um Australopithecus africanus de 2,5 milhões de ano. Na oportunidade fechou-se uma parceria entre o Museu de Antropologia da Universidade de Estudos de Pádua, a associação de antropólogos italianos Antrocom e o grupo de pesquisas Arc-Team da Itália, o qual faço parte.
O entitulado Projeto Taung foi bem sucedido e decidi ampliar a biblioteca de hominídeos reconstruídos. Entrei em contato com o Dr. Moacir Elias Santos e recebi centenas de fotografias de réplicas de fósseis, as quais digitalizei em 3D e posteriormente reconstruí mais de uma dezena de faces. O resultado desse trabalho foi a mostra “Faces da Evolução”, organizada pelo Museu Egípcio e Rosacruz na cidade de Curitiba e inaugurada em 18 de maio de 2013.
A ideia da mostra FACCE começou a tomar corpo ainda no ano de 2013. Foram meses de discussões sobre as tecnologias e formatos que utilizaríamos. Diferente da mostra brasileira, a mostra italiana contemplaria outros campos como a reflexão acerca do racismo, a ideia filosófica do que seria uma face, as máscaras que cobrem uma face com outra, o incremento de espécies na lista dos hominídeos e também a reconstrução de figuras históricas de Pádua, as quais eu não tinha a mínima ideia na época e, inclusive, soube da última há poucos meses atrás no final de 2014.
Para turbinar o interesse do grande público na mostra nós decidimos apresentar a face da primeira personalidade padovana, o português Fernando Martins de Bulhões, que viria a se tornar um franciscano e morreria como Santo Antônio de Pádua.
A face de Santo Antônio teve uma ampla repercussão, de modo que até perdemos o controle dos materiais publicados sobre esse trabalho. Isso entre fevereiro e junho de 2014 quando finalmente apresentamos o busto dele na cidade de Pádua.
A mostra FACCE que é agora inaugurada foi fruto de uma parceria entre o Museu de Antropologia da Universidade de Pádua, a associação Antrocom , o Museu Internacional da Máscara “Amleto e Donato Sartori” e o grupo de pesquisas arqueológicas Arc-Team.
Para esse evento fui incumbido de reconstruir 27 faces, 22 delas relacionadas a evolução humana:
- Sahelanthropus tchadensis
- Ardipithecus ramidus
- Kenyanthropus platyops
- Australopithecus afarensis
- Australopithecus africanus (Mrs. Pless and Taung child)
- Australopithecus robustus (Paranthropus robustus)
- Paranthropus boisei
- Australopithecus sediba
- Homo habilis
- Homo ergaster (Turkana boy)
- Homo erectus (H. pekinensis)
- Homo neanderthalensis
- Homo rhodesiensis (H. heidelbergensis)
- Homo heidelbergensis (Bodo)
- Homo floresiensis
- Homo sapiens (Cro-Magnon)
- Homo sapiens (Idautu)
- Homo georgicus 1 (classic cast, Zvedza)
- Homo georgicus 2 (old)
- Homo georgicus 3 (Mzia)
- Homo georgicus 5 (2005)
E outras 5 relacionadas de um modo ou de outro com a cidade de Pádua:
- Sacerdote egípcio do período romano (a múmia com o sarcófago fazem parte do acervo do museu)
- Santo Antônio de Pádua
- Luca Belludi (beato amigo de Santo Antônio)
- Francesco Petrarca (considerado o pai do humanismo, criador do soneto, foi quem cunhou o termo “idade das trevas” para a idade Média)
- Giovanni Battista Morgagni (considerado o pai da patologia anatômica, foi professor da Universidade de Pádua por 56 anos)
Em breve criarei outros posts com mais informações e imagens sobre as personalidades e as tecnologias envolvidas com a mostra.
Estou bastante contente e honrado com esse evento. É indescritível a alegria de ver as suas obras compondo um cenário como esse. Além de extremamente alegre também me vejo pleno de agradecimento a uma série de pessoas e instituições que tornaram tudo isso possível. Deixo aqui meu muito obrigado a todas elas: Luca Bezzi, Alessandro Bezzi, Dr. Nicola Carrara, Emma Varotto, Moreno Tiziani, Dr. Jorge Vicente Lopes da Silva, Paulo Henrique Junqueira Amorim, Thiago Franco de Moraes, Dr. Moacir Elias Santos, Vivian Tedardi, Liliane Cristina Coelho, Dr. Paulo Eduardo Miamoto Dias, Dr. Rodolfo Francisco Haltenhoff Melani, Msc. Aleksandro Montanha, Daniel Douglas Ludwig, Teófilo Fábio Macedo, Mari Bueno, Luciano Aguiar Vendrame, Lis Caroline de Quadros Moura, Vanilsa Inez Pagliari, Elizangela Patrícia Pagliari e Elias Francisco Pagliari.
Parabéns, Cícero, pelo ótimo trabalho, pela dedicação, por servir de inspiração. E pelo novo layout também. Sempre acompanho seus posts, e admiro muito seus resultados. Grande abraço.