For who speaks English, please see this link: http://arc-team-open-research.blogspot.com/2013/03/homo-heildelbergensis-forensic-facial.html
Uma das coisas que permite que eu me mantenha constantemente inspirado é a possibilidade de fazer algo diferente a cada trabalho. No post anterior a esse eu utilizei o Cycles como renderizador pela primeira vez e nesse eu modelei utilizando o Sculpt Mode do Blender.
Até então eu nunca havia feito nenhum trabalho inteiramente com essa ferramenta e confesso que fiquei tão impressionado com a intuitividade do seu uso, que pretendo lançar mão dela em outros projetos.
Há anos, quando conheci pessoalmente o excelente artista Pablo Vazquez tive a oportunidade de ver os tutoriais do seu DVD e aprender um pouco de escultura no Blender. Mas o que me motivou a utilizar essa ferramenta e completou a minha curiosidade foi um tutorial em timelapse publicado no Blender Cookie. Não cheguei a ver nem a primeira aula inteira, pois ao assistir as lembranças do DVD vieram a tona, bem como captei alguns detalhes da ferramenta que antes não havia compreendido.
Processo de modelagem
As reconstruções de hominídeos que estão sendo apresentadas nesse site, serão utilizadas em uma exposição de um museu dentro de alguns meses.
Como tem acontecido no decorrer desse projeto, tenho contado com a ajuda do Prof. Dr. Moacir Elias Santos, arqueólogo do Museu Egípcio e Rosacruz, de Curitiba. Ele me enviou os dados necessários para a reconstrução 3D do crânio que aparece na imagem acima.
Como ficou evidente, o crânio veio sem a mandíbula. Para resolver esse problema e fazê-lo com coerência científica, baixei algumas imagens de uma réplica no site Skulls Unlimited. Em seguida, ajustei as câmeras com o pontos de vista das imagens em background.
Como a estrutura do heidelbergensis é bastante parecida com a do neanderthalensis, importei o crânios desse segundo que eu havia modelado utilizando como referências algumas fotografias. Veja que os dois quase se encaixam na imagem acima.
A conformação da mandíbula foi configurada utilizando os pontos de vista com as imagens trackeadas manualmente.
Como não encontrei nenhum esqueleto de heldelbergensis de frente e ela, acabei utilizando imagens de um neanderthal como base para a modelagem do pescoço.
Há algum tempo eu padecia de uma preguiça vergonhosa quando se tratava de modelar essa parte do corpo.
Felizmente estou começando a gostar de fazê-lo. Inclusive, pretendo fazer uma reconstrução de um corpo inteiro, assim que for possível (leia-se, conseguir uma tomografia completa de uma múmia).
O trabalho seguiu, com uma pré configuração de renderização e materiais do Cycles.
Algo que tenho testado é a modelagem correta do orbicularis oculi, de modo a respeitar a sua estrutura anatômica.
Na sequência os outros músculos foram posicionados, seguindo o sistema já explanado em outros posts. Aproveitei para traçar o tecido mole d eperfil, para já ter uma ideia de como o indivíduo ficaria. Perceba que todo o processo iniciou-se com parte do crânio, que pode ser visto selecionado ao centro inferior da captura.
Para iniciar o processo de entalhe, foi inserido um cubo para ser esculpido posteriormente.
O cubo foi subdividido e deformado, até que lembrasse vagamente a estrutura de uma cabeça.
Assim os trabalhos de modelagem do tecido mole puderam ser iniciados.
Inicialmente criando a estrutura básica do nariz e boca.
E subdividindo a malha para que ajustes finos pudessem ser feitos.
Desde a parte superior até a inferior.
Seguindo os indicadores padrão, a orelha foi traçada.
O processo teve a sua sequência com o refinamento da modelagem e sua finalização.
As imagens finais são as que foram expostas no início desse post. Algumas delas foram doadas ao Wikimedia Commons, como de praxe.
Conclusão
Como citei no início do documento, fiquei bastante contente com os resultados. Tanto que estou pensando em adquirir uma mesa digitalizadora, pois sou sinistro (canhoteiro) e toda a modelagem fora feita com a mão direita. Não é um problema, pois me acostumei a isso, porém, creio os os detalhes da textura mais fina (poros, marcas de expressão) ficariam muito melhores se feitos com “a mão nativa”.
Ainda pretendo testar essa metodologia em uma reconstrução facial forense com marcadores de profundidade de tecido e ver se ela é também eficaz nessa situação.
Por ora é isso, pois tem um outro crânio aqui do lado esperando para ser reconstruído. Nos vemos no próximo artigo, até lá!
Olá, muito legal
Vc disponibiliza o modelo no formato .STL para ser impresso em impressora 3D para estudos?
Obrigado